FEBRACE: um espaço para jovens talentosos

Publicado em 15/04/2024 | Texto: Marie-Anne Van Sluys*
Edição: Josué de Moraes

Passaram-se vinte e dois anos desde o primeiro evento, e a cada ano o poder criativo dos jovens brasileiros é reafirmado. Na edição de 2024 da FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), foram mais de 2900 projetos submetidos, dos quais 226 finalistas se apresentaram em evento ocorrido na USP entre os dias 19 a 22 de março. Um sucesso! Ao transitar pelos projetos apresentados, notei o brilho nos olhos e vontade de explicar cada detalhe para os visitantes. Também observo os professores orgulhosos de seus alunos. Um esforço coletivo que demonstra a força potencial distribuída pelo Brasil.

Os projetos finalistas deste ano foram selecionados a partir de 500 (200 das feiras e 300 selecionados dos 2900). Para conhecer a exposição virtual dos 500 semifinalistas, acesse. Os projetos se distribuem em todas as áreas do conhecimento sendo que neste ano a área de agrárias, meio ambiente e sustentabilidade se destacaram. Destaca-se também a aderência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (OSD) da ONU. A participação é nacional, com representação de 27 estados brasileiros nas duas etapas do evento. Ao todo, 11 projetos foram premiados, distribuídos entre São Paulo (com quatro premiações), Rio de Janeiro (com duas premiações), Ceará, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul e Paraná.

A responsável pela organização do evento na USP, a professora Roseli Lopes (POLI-USP), destaca que a premiação mais desejada é a participação na Feira Internacional que ocorre nos Estados Unidos no mês de maio. Dentre os patrocinadores do evento temos a Universidade de São Paulo através da POLI-USP, do Curso de Ciências Moleculares e AUSPIN. O Instituto Butantã, a Embaixada dos Estados Unidos, SBPC, Defesa Civil do Estado de São Paulo, Marinha do Brasil, diversas Sociedades Científicas, entre outros, também participam da avaliação dos projetos.

A pergunta incômoda que surge na descrição desses talentos é: por que, ao ingressarem no mercado de trabalho, essa força criativa parece desaparecer do sistema produtivo? Existem alunos motivados e professores que inspiram. Então, onde essa energia se esvai e por que nossas indústrias não são capazes de acolher essas ideias e fomentar uma economia sustentável e criativa?

*Marie-Anne Van Sluys é professora titular do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo e vice-presidente da ACIESP.

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