Publicado em 15/04/2024 | Texto: Marie-Anne Van Sluys* e Alexander Turra+
Edição: Josué de Moraes
Na primeira semana de abril, a FAPESP lançou o programa PROASA (Programa de pesquisa sobre o Oceano Atlântico Sul e Antártica). O PROASA tem como objetivo estimular pesquisas em quatro eixos principais, congregando diferentes áreas do conhecimento e envolvendo a sociedade. O programa do seminário de lançamento destaca o aspecto colaborativo da iniciativa contando pesquisadores e entidades da Argentina e França. O seminário estava organizado em dois dias de apresentações acadêmicas e institucionais. O terceiro dia foi um momento de mergulhar nos temas discutidos nos dias anteriores e propor a agenda para o ano de 2024. Assim, o PROASA é um programa de construção participativa.
O Oceano Atlântico Sul é um dos mares menos conhecidos (vide figura de Harris e Baker, 2012) ao redor do globo terrestre, e seu estudo avançará o conhecimento para que tenhamos mares mais limpos, sustentáveis, previsíveis e inspiradores. O foco foi na capacitação de recursos humanos, na infraestrutura compartilhada, no ambiente e no engajamento com a sociedade. A Antártica se destaca como um ambiente extremo de grande relevância para a ciência. Parcerias com países como Argentina e Chile no estudo do continente têm o potencial de elevar esses países a referências internacionais em ciência, tecnologia e inovação para a gestão dos oceanos e continentes. Esta é uma oportunidade ímpar para que o Estado de São Paulo se una a iniciativas nacionais e internacionais da Agenda de Oceanos promovida pela UNESCO. Ao longo da costa do estado, existem centros de pesquisa fomentados pelas universidades estaduais e federais.
*Marie-Anne Van Sluys é professora titular do Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo e vice-presidente da ACIESP.
+Alexander Turra é professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano.